Carro automático: como dirigi-lo e como aumentar sua vida útil

O câmbio automático não é uma invenção recente. Os primeiros carros de série equipados com essa transmissão foram os Cadillac Sixty Special e Oldsmobile Series 60, em 1939. Mas durante muito tempo foi um artigo de luxo no mercado brasileiro. A possibilidade de dirigir um veículo (quase) sem trocar de marchas só foi se popularizar por aqui a partir dos 2000, quando a presença da transmissão automática se tornou um fator desejável no mercado.

Na verdade, quando falamos em câmbio automático, estamos falando em mais de um sistema. Atualmente, as transmissões mais comuns são as convencionais (equipadas com conversor de torque e que, basicamente, empregam a variação da pressão de um fluído hidráulico para trocar marchas) e as CVT (que utilizam conjuntos de polias e cintas metálicas, permitindo a variação infinita das relações e dispensando a troca de marchas, embora alguns fabricantes ofereçam a opção de marchas “virtuais”).

Independente da escolha técnica feita pelo fabricante do veículo, guiar automáticos exige algumas mudanças de hábito para um condutor acostumado aos automóveis com câmbio manual. A começar pela troca dos numerais por letras como “D”, “R”, “P” e “N”. Confira abaixo algumas informações sobre como dirigir o carro automático corretamente.

Sopa de letrinhas

A adaptação acontece antes mesmo de dar a partida. Nos carros atuais, é preciso estar com o pé no freio para que o motor do carro automático comece a funcionar. E tome cuidado com o pé esquerdo. Deixe o seu pé no descanso criado para ele, para evitar que você tente acionar a embreagem inexistente e acabe pisando no freio. Parece besteira, mas momentos de distração podem acontecer. E provocar acidentes.

O “D” indica a posição “Drive”. Ela tem as mesmas funções das marchas “para a frente” de um câmbio manual e é nessa posição que o motorista acaba deixando o seletor de marchas na maior parte do tempo (mas não sempre, como veremos mais adiante). Já a “R” é como a marcha à ré de um câmbio convencional.

Já a marcha “P” (do inglês Park, estacionar) deve ser utilizada sempre que for parar. Nessa posição, o câmbio libera uma trava que evita a movimentação do veículo. Por uma questão de segurança dos ocupantes, boa parte dos carros atuais condicionam a colocação do seletor em “P” para liberar a abertura das portas. Mas apesar de travar o câmbio, vale destacar que a função não dispensa o uso do freio do estacionamento, já que o uso prolongado desta trava para segurar o automóvel pode causar desgastes desnecessários na transmissão.

O ponto morto em um câmbio automático é identificado pela letra “N”. Mas como já foi explicado acima, diferente de um carro com transmissão manual, essa posição não deve ser utilizada ao estacionar. Ela foi criada especificamente para uso em situações em que é necessário movimentar o veículo com o motor desligado, como para a realização de alguma manutenção.

Embora alguns modelos de câmbio engatem automaticamente a posição “N” em paradas curtas ou em velocidade constante em estrada como uma estratégia para reduzir o consumo de combustível, a manobra não é recomendada nos carros que não contam com essas funções automatizadas.

Além de acelerar o desgaste da transmissão, os motores dos carros sem essas funções não são calibrados para serem mais econômicos em ponto-morto. Boa parte dos propulsores são acertados para renderem mais com a marcha “D” engatada e sem carga no acelerador. Situação em que a injeção eletrônica injeta combustível suficiente apenas para manter o propulsor ligado.

Nível profissional

Apesar das dicas acima, não custa nada lembrar que é muito importante que o motorista consulte sempre o manual do proprietário, para conhecer exatamente as funções que estão disponíveis e as particularidades do câmbio automático, que como visto acima podem variar de um modelo de carro para outro.

Lá também estará descrita a rotina de manutenção para este tipo de transmissão. Diferente das caixas manuais, que raramente exigem a troca do fluído, o óleo do câmbio automático deve ser substituído periodicamente para garantir o bom funcionamento e evitar danos que exijam a sua troca ou manutenções mais complexas.

Esse prazo varia de acordo com o fabricante e o tipo de câmbio utilizado e também com o tipo de uso que é feito com o veículo. Assim como no caso do óleo do motor, é importante seguir as especificações da montadora e não trocar o fluído mais caro por outro mais barato e de qualidade inferior.

 

Fonte: www.instacarro.com

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